São 18:00, aqui em Fortaleza. Nas ruas, rapazes e moças passeiam com seus cachorros, que param em um canto para mijar; universitários trafegam paras as faculdades em busca de uma carreira de sucesso; senhoras de cabelo branco e pele enrugada erguem os braços nas igrejas, cantando, de pé, juntos com coroinhas, que balançam o castiçal de prata. Enquanto lá fora o mundo segue o seu ritmo, aqui dentro, na frente do computador, digitando, eu sigo o meu roteiro de viagem sem prescrição.
Amanhã será o meu primeiro dia de trabalho numa redação de jornal, ainda que não seja remunerado. É quando passo a fazer parte do seleto clube daqueles que trabalham com a ficção e a realidade ao mesmo tempo - os jornalistas escritores. A primeira impressão que eu tive à respeito da redação de um jornal impresso foi a de que se assemelha a um grande aquário iluminado, cheio de espécimes. Plantas, algas, peixes, crustáceos, moluscos, cavalos marinhos, todos circulando em um só espaço. Nas paredes, telas de TV de plasma dão um toque tecnológico ao ambiente, junto com computadores disfarçados sobre mesas cinza claro. Câmeras fotográficas balançam nas mãos de fotógrafos suados; repórteres digitam apressadamente, só parando para um espirro, ou para ajudar a um colega, em dúvida quanto a ortografia: tem acento? Sim, na palavra aquário tem acento, mas, e quanto as demais incertezas acerca do projeto do aquário que tem previsão de ser inaugurado em Fortaleza no fim de 2010, quem esclarece? De acordo com o secretário de turismo do estado, Bismark Maia, o aquário tem ´edutenimento´, ou seja, unirá educação e entretenimento, além de proporcionar a construção de um edifício garagem para comportar o maior número de veículos na região. Mas para alguns, entre eles o engenheiro Antônio Salvador da Rocha, atual presidente do Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia do Estado do Ceará (Crea/CE), ainda restam dúvidas sobre o assunto. Para ele, o aquário vai impactar diretamente no trânsito, na apresentação de ontem do governo, não deu para visualizar os detalhes sobre a acessibilidade.
Isso ainda vai dar muita matéria para escrever, e quem sabe em breve eu passe a fazer parte, definitivamente, desse imenso mundo marinho.
Namastê!
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