Tempos Modernos


Há semanas que eu venho assistindo a atual novela das 7, na tentativa de entender as mudanças, significativas, pelas quais a trama de Bosco Brasil tem passado desde a sua estreia, em 11 de janeiro de 2010. Para começar, onde está o computador que comandava o gigantesco edifício Titã, localizado no coração de São Paulo? Que por sinal era o interlocutor do título provisório da novela (alguém lembra?): Bom dia Frankenstein. Bem, até onde eu sei foi eliminado pelos grupos de discussão da novela - composto em sua maioria por donas de casa - que dizem, refletir a opinião do público em geral. Pois bem, estas senhoras não gostaram da história ter um computador como "protagonista" - acho que ver o galã da meia idade Antonio Fagundes contracenando com uma voz foi demais para elas! Frank, foi contaminado por um vírus e se calou por tempo indeterminado. Quem sabe, de repente, elas sentem saudade da voz...

Grazi Massafera também não foi aceita como uma vilâ, lutadora de artes marciais, e por isso, cada vez mais assume um ar romântico, se apaixonou pelo personagem interpretado por Felipe Camargo e até assumiu uma nova personalidade, mais digna de uma mocinha. Se a atriz não souber administrar a carreira é capaz de, guiada pela opinião do grupo de discussão, contruir uma carreira em cima de papéis da eterna mocinha clássica. Que Deus a guie! Pois a moça tem potencial e sobretudo, vontade.

Contudo, o texto é brilhante, pois é ousado, uma leitura moderna de um clássico da dramaturgia mundial - Rei Lear (King Lear, no original em inglês), peça de William Shakespeare. Claro, que efetuada as devidas adaptações, a realidade brasileira e ao folhetim. É a estréia de um autor, que como tantos outros, deve ter detestado mudar o destino de seus personagens por conta da opinião de um grupo de discussão! Boa sorte, Bosco! E não se deixe abater, pois novos tempos virão, esperamos que ainda mais modernos.

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