REALIDADE X FICÇÃO


Essa noite eu sonhei que estava em um jardim e encontrava uma mulher com uma sombrinha que me disse o seguinte:

"Já foi dito, Francisco, que deveríamos ter a chance de viver duas vezes. A primeira seria um ensaio, para que tivéssemos a oportunidade de corrigir os erros, as falhas e assim podermos brilhar absolutos na hora da estréia. Entretanto, somos personagens de uma peça encenada em um único ato. A realidade não nos dá direito a escolha ou correções, atuamos do jeito que podemos, da maneira que sabemos, e, à medida que interpretamos, vivênciamos, e adquirimos a sabedoria necessária para cada vez mais interpretarmos com mais verdade o nosso singelo papel. Mas atenção! essa pseudo-sabedoria proveniente da vivência nos chega impregnada de luz e sombra, carregada de riso e choro e permanece vagando como nuvens sobre as nossas cabeças. Por isso, cuidado para não transformar sua vida num monólogo tragicômico. Na vida tudo passa. A imobilidade não é uma característica da existência, mesmo a morte é dinâmica, a morte - essa absurda realidade efêmera. Enquanto as cortinas não se fecham, sempre haverá tempo para uma deixa, e o melhor de tudo: você tem a liberdade da escolha, Francisco. A resposta do público é o aplauso, mas, nessa hora, você já não vai estar mais sobre o palco para ouví-los. Portanto, o que de fato lhe interessa é a sua resposta, estou certa? É esta a diferença entre realidade e ficção."

Que sonho estranho. Como dizia a Dona Milú de Santana do Agreste, mistééério...

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