O ALMODÓVAR BRASILEIRO


A novela Negócio da China estreou na TV Globo marcando 29 pontos de média e pico de 32 no Ibope da Grande São Paulo. Entretanto, em pouco mais de uma semana, a trama perdeu praticamente metade do seu ibope de estréia, atingindo uma média de 15 pontos, a mais baixa da história das novelas da Globo. Cada ponto no ibope representa cerca de 55,5 mil domicílios na Grande São Paulo, dados que servem como referência para o mercado publicitário. Para não perder os anunciantes, a emissora mudou sua grade para que o horário nobre começasse mais tarde, a audiência melhorou, mas se mantêm abaixo dos 20 pontos.

A novela estreou em 6 de outubro do ano passado, protagonizada por Grazi Massafera e Fabio Assunção, que logo no início teve que se ausentar "por motivos de saúde". O autor da trama, Miguel Falabella, disse que não pretender escrever novas histórias para o horário das seis: “Novela das seis, nunca mais. Sou autor de diálogos cabíveis em qualquer horário, menos no horário que estou. Fico sem saber ao certo quem é o meu público”.

Miguel Falabella é o nosso Almodóvar, suas tramas são bem humoradas, com personagens bem construidos inseridos num cenário kitche. Talvez por essa razão a história não tenha agradado ao público que normalmente assiste as novelas das seis. Suas novelas anteriores (Salsa e Merengue e A Lua me Disse) foram exibidas no horário das sete, mais adequado ao seu tipo de linguagem. Quem conhece Miguel sabe disso. Podada pela emissora com tesouras afiadas, a trama, com uma mocinha estreante e um mocinho que desertou logo no começo, não segurou os telespectadores na frente da tv. A novela foi encurtada e se aproxima dos momentos finais. Confesso que assisti a poucos capítulos, mas por falta de tempo. Em negócio da China, além do texto de Miguel Falabella, o que mais faz sucesso é a abertura, sem dúvida. Assista:

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