Uma noite de amor com Zeca - Parte I

Meu querido,

ESTA CARTA LHE CHEGA SOMENTE AGORA, porque somente agora eu estou realmente tendo tempo para pensar em ti, 100%, como antes, nos mais doces de nossos momentos, mais prazerosos, mais tranqüilos, cheios de músicas gostosas de dançar, de ouvir, de cantar, cheios de mergulhos profundos dentro de nós mesmos, redescobrindo, acrescentando, deixando para trás... Hoje, você faz parte do meu passado, Zeca, porque assim você decidiu, e então eu sou obrigado a aceitar, já não tenho mais como apelar, só me restam palavras, eternas companheiras da solidão...


- Oi, Tudo bem, você é o Zeca.
- E você deve ser o Francisco...
- Sou eu mesmo.
- Prazer.
- Muito Prazer!


E a partir daquele instante de magia, Zeca e Francisco adentraram num universo de expectativas ao mesmo tempo em que entraram no Super Família em busca de mantimentos para o café da manhã que Francisco, inconscientemente, já planejava ter com Zeca e por isso foi que ele seguiu direto para a sessão de frios, em busca de queijo e de peito de peru, enquanto Zeca foi buscar as bananas. Juntos, foram pegar o suco, qual é o seu preferido? Qual sabor você quer tomar? Mas é para você criatura, ué, mas pode ser que em algum momento você queira tomar um suco de frutas lá em casa, decididamente, se não for no café da manhã, pode ser antes de deitar! Francisco pensou, mas não falou, ficou guardado no pensamento, a ponto de tornar-se consciente. Take on me... o som do grupo sueco famoso nos anos 80, A-HA, tocando na caixa de som do supermercado, servia de trilha de abertura para uma história de amor que começava, aquele era o primeiro capítulo de uma trama empolgante digna de novela das oito, gravada em várias partes do planeta, com capítulos infindáveis, comprida como uma soap-ópera americana.


- Mô, esse vai ser o nosso código, como naquele filme em que os amantes passavam o dedo na testa para que, intocáveis, pudessem lembrar o quanto se amavam. BENT. Ah, eu vi, você também viu? É lindo. É lindo. E o código do beijo antes de entrar e sair do apartamento foi instituído pelos namorados. Muak! E foram muitos os beijos, ficavam os dois agarrados, se esfregando na parede, espremidos na porta que não queria abrir nem fechar, só ficar ali, fixada no tempo.

A-HA 2009/ SP

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